„Salto“
Choreographie : André Mesquita
Video
„JACKIE“
Choreographie: André Mesquita
Apresentação
Luz e escuridão da existência humana emergem em Jackie, solo inspirado na mulher e no mito Jacqueline Kennedy Onassis. Coreografado pelo português André Mesquita e interpretado pela brasileira Fabiana Nunes, este trabalho procura refletir a força de uma mulher que carregou o fardo de um assassinato amplamente midiático e a perda de diversos familiares, mantendo-se visivelmente altiva e aparentemente resiliente.
Sua estréia ocorreu em 12 de novembro de 2016 na Cidade das Artes no Rio de Janeiro, com realização da Cidade das Artes e produção da KBMK Empreendimentos Culturais.
Sinopse
O solo é livremente inspirado no monólogo de mesmo nome da autora austríaca Elfriede Jelinek, que compõe a obra “Prinzessinnendramen” (“Dramas de princesas”) juntamente com outros 4 monólogos que retratam a vida de princesas, sejam estas fictícias, reais ou denominadas como tal por conta do papel que exerceram no mundo, como é o caso de Jackie. Num texto que transita entre ficção e realidade, utilizando neologismos e constantes referências à filosofia e à música, Jelinek evidencia a personalidade da eterna primeira dama da América, fazendo uma retrospectiva abstrata da vida e do casamento com Jack (John Kennedy), bem como dos momentos vividos após o assassinato do marido.
Dez anos após ter assistido a encenação da peça teatral Jackie na Alemanha (de Godehard Giese, reconhecido realizador do país), o coreógrafo André Mesquita desenvolveu o desejo de concretizar um trabalho de interpretação e concretização do texto de Elfriede Jelinek através da dança. Para isto ocupou o palco principalmente pela figura da intérprete, minimalista e reflexiva de uma estética de movimento abstrata. Mesa, cadeira e luminária como em uma prisão norte-americana compõem o espaço, além de uma mala, uma bolsa Chanel, um microfone com fio e tripé e uma peruca loira. A música do espetáculo está ali para decorar, para projetar, para sublinhar e materializar emoções, reflexos de sensibilidade e conteúdos semânticos que são de natureza linguística. Contudo, a música e a dança são em si mesmas movimentos e figurações primordiais do espírito humano que anunciam uma ordem de existência mais próxima do mistério da criação do que a linguagem. Nelas ouvimos e percepcionamos aquilo que a atual cosmologia denomina de “ruídos de fundo”, “radiações de fundo” da primeira irrupção do vazio. À gramática subjazem as fragmentações e, num sentido vital, as limitações da racionalidade cerebral, a queda do homem na lógica.”